Louvor e Mansidão
Temos no texto duas palavras de Jesus que indicam os sentimentos que habitam o coração do Cristo e, portanto, conduzem-nos a entrever o mistério do coração de Deus e a deixar que Ele modele o nosso próprio coração.
Homilias proferidas pelos monges do Mosteiro da Transfiguração
Temos no texto duas palavras de Jesus que indicam os sentimentos que habitam o coração do Cristo e, portanto, conduzem-nos a entrever o mistério do coração de Deus e a deixar que Ele modele o nosso próprio coração.
A Solenidade da Ascensão do Senhor atualiza este evento único que marca o fim dos quarenta dias de aparições do Ressuscitado e seu retorno ao céu. Assim como os apóstolos, estamos reunidos em torno de Jesus e entramos em uma nova modalidade de sua presença divina.
Para comentar este evangelho em que Jesus nos fala em parábola, ou seja, por meio de imagens, permitam-me, por favor, invocar outra imagem. A imagem do pastor com sua ovelha serve de logotipo da capa do Catecismo da Igreja Católica.
Anunciada assim, fora de seu contexto, a afirmação da ressurreição não é capaz de suscitar a fé entre aqueles que não creem ou de convencer os indecisos. Sabemos que é sempre perigoso tirar uma frase de seu contexto. Assim, é indispensável situar a Páscoa à luz de todo o mistério pascal e de toda a vida de Jesus Cristo.
Celebramos hoje a Solenidade da Anunciação do Senhor, e fazemos memória ao dia em que, em Nazaré, na intimidade de sua casa, Maria fez- se interiormente disponível à Palavra de Deus. Que este Mistério, que essa postura de Maria, possam nos ensinar algo com relação ao difícil flagelo que a humanidade enfrenta atualmente.
Ele não tem pecado! O Verbo feito carne, o Filho de Davi, o Santo de Deus não pode pecar! Jesus de Nazaré é santo, da santidade do próprio Deus. Tudo o que ele é e tudo o que faz é santo. Da parte do pecado nada pode atingi-lo. Ele não pode querer o pecado, embora possa padecer sob o pecado de outros, mas também pode tirar o pecado como um cordeiro imaculado. Mesmo assim, diz-nos o Evangelho, Ele foi tentado como nós e por nós, para nossa instrução e nossa libertação. Mas, o que significa “tentação”, na vida de Jesus e nas nossas vidas? Este é um dos mistérios que a liturgia de hoje pode nos revelar.
Jesus nos chama a ir muito além daquilo que parece razoável: como amar até àqueles que querem o mal para nós? Jesus pede algo mais louco ainda: como ousar querer ser perfeito como o próprio Deus? Tentemos seguir a pedagogia da Palavra de Deus.
Jesus, na montanha, ensina seus discípulos os mistérios do Reino de Deus. Seu discurso, inaugurado pelas bem-aventuranças, propõe a seus ouvintes uma nova imagem do Deus único, e os conduz ainda mais longe na compreensão do desígnio benevolente de Deus. Ele constrói seu ensinamento com uma série de antíteses baseadas no mesmo modelo: “Vós ouvistes o que foi dito… Eu, porém, vos digo…”. Jesus, portanto, prepara seus interlocutores para algo novo.
Na vida, o que mais precisamos, além do indispensável alimento cotidiano, é de uma boa palavra, uma dessas palavras que são ditas no momento certo e que iluminam a vida. Uma dessas palavras que nos dão coragem quando ela mais falta. Hoje Jesus nos diz essa palavra. E para nossa grande surpresa, Jesus nos declara: “Vós sois o sal da terra! Vós sois a luz do mundo!” (Mt 5,13.14).
No domingo passado, a voz vinda do céu dizia: “Este é o meu Filho amado”; hoje, o próprio Batista nos diz: “Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus”. Portanto, o que para nós é importante hoje é o testemunho do Precursor: ele recebeu os sinais, depois fez a experiência que lhe concedeu a graça de ver; e, enfim, dá testemunho do acontecimento.